O trecho da Rodovia Sargento Luciano
Arnaldo Covolan que vai da entrada principal de Penápolis(SP) até o trevo da
Rodovia Marechal Rondon já foi palco de acidentes fatais e, tudo indica, infelizmente,
sangue ainda poderá jorrar no local.
É fato notório que o local tem sido
utilizado para atividades físicas por ciclistas e praticantes de corrida e
caminhada. Muitos deles rumam para o local depois do expediente de trabalho. Acontece
que com o término do “horário de verão” normalmente começa a escurecer a partir
das 18 horas...
Dias atrás eu trafegava pelo local
por volta de 19 horas e ingressei no acostamento para atender ao telefone
celular. Deparei com um rapaz pedalando uma bicicleta. Estava escuro. A
claridade lunar era insignificante. Ele usava roupas pretas! A bicicleta não
tinha qualquer iluminação. Por pouco não o atingi. Se isso tivesse acontecido
possivelmente ele teria sido projetado contra o para-brisa do meu carro e eu
teria sido lesionado ou nem estaria aqui para redigir esta reflexão. Fiz
questão de parar para tentar convencê-lo a se equipar melhor, especialmente a
instalar iluminação na bicicleta, a trajar roupas refletivas e a usar capacete
com luz intermitente e farol.
Prossegui e notei algumas pessoas
caminhando pelo mesmo acostamento nas proximidades da entrada de chácaras
(Greenville), local em que já se cogitou implantação de rotatória. Naquele
momento, caso eu tivesse uma das chácaras como destino, poderia ter atingido
dois senhores, uma vez que em virtude da escuridão não era possível notar a
presença deles com a necessária antecedência.
O risco já existe há algum tempo e o
risco, no meu entender, vem se intensificando. Seria muito interessante se
fosse estudada a possibilidade de melhorias estruturais como as que foram
feitas entre a Rodovia Transbrasiliana e a cidade de Guaiçara(SP), onde trecho
semelhante recebeu iluminação, rotatórias e ciclovia. Evidentemente, o poder
público teria de conseguir recursos, se certificar do custo-benefício das obras
e aguardar o momento oportuno, sempre atento às prioridades. Mas a minimização
dos riscos poderia ser atingida, de imediato, com medidas mais simples e de
custo reduzido, por meio de campanhas educativas direcionadas aos
“aventureiros”, seja por meio da imprensa, seja pelo contato direto (abordagens
no próprio local).
De qualquer forma, acredito que este
texto poderá já surtir resultados se você, que caminha e pedala no local sem se
prevenir, refletir, se convencer e convencer quem você conhece a repensar
algumas coisas... Afinal, não adianta cuidar da sua saúde e ser tão desatento
com a sua vida e, por que não dizer, não pensar também na segurança nos demais
usuários da citada via pública...
Adriano
Rodrigo Ponce de Oliveira
Juiz
de Direito da 2ª Vara
(publicado
no Jornal Regional de Penápolis aos 23/2/2014)