Quem sou eu

Juiz de Direito desde 2007. Titular do Juizado Especial Cível de Lins(SP). Ex-Professor do Curso de Direito do Unisalesiano em Lins(SP). Ex-delegado de polícia. Motociclista, tatuado e corintiano do "bando de loucos".

19 de mar. de 2014

Infalível Seicho-No-Ie



            Sou Adriano Rodrigo Ponce de Oliveira, tenho 21 anos, resido em Lins(SP), e sou muito grato à Seicho-No-Ie. Tudo começou quando, ainda criança, freqüentava a casa de um amigo. Sua mãe, seguidora desta maravilhosa filosofia, mantinha coladas nas paredes da casa mensagens retiradas do ensinamento Seicho-No-Ie. Naquela época eu não entendia o fundamento daquela atitude e até agrava graça no que via. Essa mulher, apesar de seu humilde emprego, passou então a prosperar e, juntamente com seu marido, adquiriu outro imóvel, estando hoje em ótima situação financeira. Cursou uma faculdade e avançou também no lado profissional, numa atitude louvável de alguém que, na posição de pessoa casada e com filhos, como outras muitas, já deveria estar acomodada com a situação.

            Os tempos se passaram e em 1993 ingressei na Faculdade de Direito de Marília. Logo em seguida minha mãe, Sueli Ponce de Oliveira, passou a freqüentar a Seicho-No-Ie. As dificuldades eram imensas, pois tudo o que eu ganhava, somado ao ínfimo salário dela, era destinado ao pagamento de mensalidades escolares e à compra dos caríssimos livros. Minha mãe, pessoa lutadora e a quem devo, juntamente com meu pai e amigos, todo o meu sucesso, passou então a participar de concursos públicos, numa tentativa de melhorar sua posição profissional e a renda familiar. Foi assim – vendo minha mãe ir à luta, até então desacreditada pelo meu pai, e já com 41 anos – que passei a perceber que algo estava mudando para melhor. Passei então a conversar com ela sobre o que era dito nas reuniões, sem poder, no entanto, delas participar, pois trabalhava e estudava, e nos finais de semana, precisava me preparar para provas ou descansar daquela desgastante batalha que era a de cursar a faculdade fora de minha cidade. Admirava a garra que minha mãe demonstrava, e, não obstante algumas reprovações, no quarto concurso ela foi aprovada e multiplicou seu salário em torno de sete vezes. Até então ela só se queixava do fato de ter estudado e de não ter recompensa financeira à altura, mas no momento em que passou a agradecer e a pensar positivamente, a vitória foi inevitável. Finda a faculdade em 1996, pedi a minha mãe que me conduzisse à Associação da Fraternidade de Lins. Passei a comparecer a todas as sessões e o fazia movido por extrema satisfação. Tinha certeza de que ali era um lugar sagrado, e de que, a exemplo de todos os freqüentadores, eu também venceria. Meu pai, que não acreditava, passou a ler a sutra todos os dias, contribuindo para os fluídos positivos na nossa família. Iniciei, então, meu estudo para concursos jurídicos e assumi a posição de integrante da Seicho-No-Ie. Concomitantemente, minha mãe efetuava, diariamente, a “Oração para o Fortalecimento do Anjo da Guarda” e a sutra “Palavras do Anjo”, tendo em vista a minha impossibilidade de fazê-lo, pois todo o tempo de que dispunha era ocupado pelo estudo da extensa matéria pertinente aos concursos. Eu me inscrevi em 9 de janeiro de 1997, num importante concurso. Participei da primeira reunião da Seicho-No-Ie em março de 1997, mês da primeira prova do concurso, e adquiri um caderno brochura onde passei a registrar, cronologicamente, todos os bons momentos pelos quais passava, bem como passei a afirmar que ao final das três fases estaria aprovado, sempre, naturalmente, agradecendo (fazia o mesmo nos livros). Imprimi uma faixa no computador com os dizeres: “Adriano Rodrigo Ponce de Oliveira – Delegado de Polícia Substituto”. Fixei tal faixa na parede de meu quarto e estudo, e por todos os dias passei a registrar mensagens de otimismo e motivação, a agradecer a absorção da matéria estudada, a agradecer as palavras de apoio recebidas, enfim, a registrar tudo o que eu considerava essencial para que a vitória ao final viesse. Em 16 de julho de 2007 recebi a notícia de que estava, juntamente com mais 80 candidatos, dentre mais de 9.000 inscritos. Hoje, 25 de agosto, com apenas 21 anos, espero minha posse como Delegado de Polícia, e só tenho a agradecer aos meus pais, amigos, e a todos que de qualquer forma colaboraram para esta meteórica conquista. Muito obrigado à infalível Seicho-No-Ie. Muito obrigado! Muito obrigado!



Adriano Rodrigo Ponce de Oliveira

Juiz de Direito e Professor no Unisalesiano

(texto publicado na edição de março de 1998 da Revista Pomba Branca)