Quem sou eu

Juiz de Direito desde 2007. Titular do Juizado Especial Cível de Lins(SP). Ex-Professor do Curso de Direito do Unisalesiano em Lins(SP). Ex-delegado de polícia. Motociclista, tatuado e corintiano do "bando de loucos".

23 de mar. de 2014

Tuitando...

        O microblog Twitter se tornou para mim um importante instrumento de informação e atualização. Isso porque tem faltado tempo para ler jornal e assistir ao noticiário televisivo.

        Para quem não sabe, por meio do Twitter é possível postar mensagens de até 140 caracteres. A sua tela sempre mostrará as mensagens objetivas das pessoas ou organizações que você “seguir”, ou seja, cadastrar na sua lista.

        É preciso tomar cuidado para não se tornar “seguidor” de muitos perfis, pois, caso contrário, você poderá não dar conta de acompanhar todas as mensagens ou perderá muito tempo para cumprir tal tarefa, o que também não é sadio.

        Se o Twitter for bem utilizado, será sinônimo de informação rápida, de qualidade e, o que também é bem interessante, gratuita!

        Tornei-me “seguidor” de jornais de grande circulação e passei a ficar “por dentro” das novidades. E foi aí que surgiu a inspiração para escrever... Concluí que a nossa vida se desenrola de forma parecida com o painel de notícias do Twitter... Resolvi fazer uma alegoria.

        A todo o momento, informações, indagações e inquietações nos atingem... Quem não fica atento ou protela intervenções acaba sendo “atropelado”, pois as “postagens” são incessantes...

        O que se torna “seguidor” de pessoas de índole duvidosa ou maléfica fica “antenado” em coisas que nada lhe acrescentam. Pode desenvolver inveja, desmotivação, depressão, tendência para o crime e para as drogas, ócio, revolta, desrespeito, baixa estima, descrença... Aquele que se conecta com as pessoas boas, vencedoras, respeitadoras de direitos e honestas só tem a ganhar, pois acaba preenchendo o seu tempo com bons exemplos e motivação para crescer na vida pessoal e na profissional.

        Se um perfil aparentemente bom acabar frustrando nossas expectativas, bastará que deixemos de segui-lo no microblog. Assim também devemos nos portar na vida, nos afastando de todos que nos fazem mal ou simplesmente os ignorando quando o afastamento não puder acontecer de plano.

        Haverá situações em que aquele perfil que admiramos no Twitter nos enviará informação não tão boa para o nosso fortalecimento. Nesse momento bastará que partamos para a próxima notícia sem acessar o “link” da primeira, ou seja, que filtremos o conteúdo a ser acessado. Afinal, temos essa escolha. Na vida também acontece de pessoas que admiramos, porque também têm defeitos, nos dizerem ou fazerem algo desagradável. Se não for o caso de “excluir o perfil” dessa pessoa do nosso relacionamento, bastará que relevemos o que foi dito ou feito, tarefa nem sempre fácil de ser cumprida, mas que contribuirá para que a situação seja serenada e recuperemos a paz.

        O “grande barato” da coisa é que sempre teremos o livre arbítrio para escolher quem “seguiremos” no Twitter e em quem nos espelharemos na nossa vida... É certo que contatos com perfis ruins e a insistência em acessar notícias de utilidade duvidosa no Twitter, nos trará conseqüências danosas; mesma forma que certas amizades e/ou a dificuldade de “filtragem” de posturas desagradáveis das pessoas.

        No blog, quando uma notícia boa vem de um perfil que apreciamos, devemos prosseguir acessando o link nela contido ou mesmo pesquisar mais sobre o prazeroso assunto. Nos relacionamentos pessoais e profissionais a gente também deve investir tempo e atenção e aprofundar conhecimento acerca daquilo que nos traz reforço espiritual e entretenimento sadio.

        Se uma informação da Internet é produtiva, devemos compartilhá-la. Na vida, igualmente, temos amplas condições de transmitir aos nossos entes queridos o que lhes poderá ser útil. E sempre temos de tomar cuidado para não aborrecer os outros com lamúrias, mensagens derrotistas, obsessivas, subversivas ou que favoreçam qualquer sentimento ou conseqüência negativa.

        Por fim, temos a escolha de comentar ou não aquilo que é postado no Twitter e o que nos é dito pessoalmente. Se surge a idéia de elogiar de forma respeitosa e desinteressada, não podemos perder a oportunidade... Afinal, já cantava a banda Legião Urbana: “é preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã”. Quanto à crítica, se tiver por objetivo auxiliar, poderá ser feita, dentro do possível, de forma reservada. De resto, será melhor se abster.

        Por fim, você tem a escolha de acessar o seu Twitter quando estiver motivado, sem que isso se torne uma obrigação. E também deve procurar ou permanecer com as pessoas que gosta quando estiver à vontade e em condições de ser uma boa companhia...

        Como se vê, pelo menos na teoria não é tão difícil assim fazer com que nossos contatos sejam positivos, desde que “naveguemos” com bastante atenção, inteligência e sensatez!

 

Adriano Rodrigo Ponce de Oliveira

Juiz de Direito em Penápolis(SP)

Professor no Unisalesiano/Lins


(redigido para a edição de março/2014 da Revista Comunica)