Quem sou eu

Juiz de Direito desde 2007. Titular do Juizado Especial Cível de Lins(SP). Ex-Professor do Curso de Direito do Unisalesiano em Lins(SP). Ex-delegado de polícia. Motociclista, tatuado e corintiano do "bando de loucos".

1 de set. de 2012

Rompimento de costumes em prol da sustentabilidade

Rompimento de costumes em prol da sustentabilidade
            No lúcido entender do Min. Herman Benjamin, manifestado no encontro “O Poder Judiciário e o Meio Ambiente”, noticiado aos 16/8/2012 em www.stj.jus.br, pequenas ações podem fazer grande diferença em matéria de gestão ambiental.
            Parafraseando o palestrante: “Vou dizer o óbvio, mas o óbvio, sobretudo no Brasil, precisa ser repetido”.
            Podemos, na nossa casa, no nosso ambiente de trabalho e nos locais que freqüentamos, interferir positivamente em prol do meio ambiente, desde que nos atentemos para os detalhes.
            A inspiração para escrever surgiu quando li que Benjamin, enfatizando que certas resistências não decorrem de má-fé, mas de apego aos costumes, exemplificou: “Não é fácil, por exemplo, abolir as garrafinhas plásticas, mas vários gabinetes já o fizeram. Usam jarras. São pequenas ações da gestão ambiental que precisam ser agregadas para fazer a diferença”.
            Lembrei-me de que enquanto Diretor do Fórum de Penápolis(SP) (atribuição que já não me pertence), instituí diversas providências simples que faço questão de enumerar unicamente para talvez influenciar alguém positivamente. A maioria das providências ainda não tinha por base nenhuma orientação específica do Tribunal, mas ele recentemente implantou várias medidas.
            Uma das primeiras foi justamente a de determinar que os gabinetes passassem a receber água em jarras e não em garrafinhas! Os recipientes deixariam de ser despejados no meio ambiente e haveria economia.
            Era preciso dar destinação correta ao papel e uma cooperativa passou a recebê-lo. Destinamos lixeiras específicas para outros resíduos.
            A impressão de documentos da Administração do Fórum passou a ser feita na frente e no verso, a exemplo do que já acontecia na minha 2ª Vara (e na Vara Única de Cafelândia(SP), por onde passei).
            Instalamos sensores para desligamento automático de lâmpadas e adotamos lâmpadas “econômicas” em refletores.
            Providenciamos coletor de pilhas e baterias que passou a ser usado por todos os usuários do prédio.
            Até tentamos instalar duchas higiênicas em todos os sanitários, para economia de água e de papel higiênico, mas a iniciativa, por entraves administrativos, não vingou.
            Encomendamos o plantio de “mongubas” no Fórum. Assim, garantiríamos futuro sombreamento, com redução do consumo de energia pelos condicionadores de ar. A iniciativa, para a minha satisfação, foi citada no Diário de Justiça de 8/8/2012. No bojo da matéria “TJ faz a diferença na questão ambiental”, mencionou-se: “Há outras ações nos prédios da Justiça, como uma singela ação no fórum de Penápolis quando alunos visitaram o local em parceria com a ONG da cidade – Flora Tietê – e plantaram mudas de árvores no jardim da repartição”.
            Como foi ressaltado na matéria: “Não importa o tamanho da contribuição. Cada um de nós deve fazer a sua parte!”.
Adriano Rodrigo Ponce de Oliveira
Juiz de Direito da 2ª Vara de Penápolis(SP)
(publicado no Correio de Lins de 23/8/2012 – pág. A2)